Fonte: MNBA, Buenos Aires, Argentina. |
A mais grave
resposta à infecção sistêmica aguda que traz, com facilidade, a
falência múltipla de órgãos e leva à morte em 30-50% dos afetado
por choque séptico. A sépsis afeta milhões de pessoas em todo o
mundo a cada ano e, atualmente, mata um em cada quatro, com aumento
considerável de incidência.
Uma comunidade de 68
especialistas indicados por 30 entidades científcias internacionais
formularam, em 2012, novas diretrizes no âmbito da Campanha Munidal
de Sobrevivência à Sépsis (Surviving Sepsis Campaign).
Mesmo assim, ao que
se toma de pesquisas recentes conduzidas pelo National Center for
Health Statistics [Centro Nacional de Estatísticas de Saúde], a
incidência de sépsis avulta anualmente nos EUA ao nível de 7-8%.
Com isso, a taxa de mortalidade cresce continuamente. Assim sépsis,
naquele país, é bem mais frequente do que o infarto do miocárdio,
o câncer de mama ou o de cólon. Não menos importante nesse
fenômeno é observar a elevação dos custos hospitalares totais de
22,2 bilhões de dólares anualmente, colocando a sépsis no ranking
das doenças mais onerosas do planeta. As razões para o aumento da
incidência se dá pela mudança demográfica, com aumento em
pacientes mais velhos com multimorbidades, pelo surgimento de novas
drogas, pela elevada ocorrência de cuidados médicos intensivos e
pela aplicação de imunossupressores.
Na Europa, ao
exemplo da Alemanha, dados mostram que, entre 2007 e 2013,
verificou-se um aumento anual por volta de 5,7%, embora a letalidade
tenha sofrido um retrocesso de 27% para 24,3% dos casos.
Naturalmente, as tendências demográficas e uma crescente expansão
da medicina de alta tecnologia para os grupos etários extremos
também influenciam essa evolução em território europeu.
O Brasil
assenhora-se de uma taxa de mortalidade das mais elevadas no mundo ao
choque séptico (ou falencia de múltiplos órgãos), tornando-se a
mais frenquente causa mortis nas UTI's de todo o país,
ocasionador de 25% da ocupação de leitos em UTI's no Brasil.
Estudos indicam alta mortalidade, alcançando taxa a nível de 65%
dos casos, em contraste à média mundial ao nível 30-40%.
A doença é a
principal geradora de custos nos setores público e privado. Isto, se
deve à necessidade de utilizar equipamentos sofisticados,
medicamentos de alto custo e exige intensivo empenho da equipe
médica. Em 2003 aconteceram 398.000 casos com 227.000 óbitos por
choque séptico no Brasil com destinação de cerca de R$ 17,34
bilhões ao tratamento.
O decremento da
incidência da sépsis, exige um considerável esmero na qualidade
dos cuidados hospitalares, uma abordagem transdisciplinar e
transsetorial com o uso de todas as possibilidades de prevenção, de
diagnóstico precoce, de terapia intensiva e de tratamento de
sequelas a longo prazo.
Nisso, vacinar
populações de risco, melhorar a deteção precoce a nível
ambulatorial e em todas as áreas hospitalares, como uma ferramenta
precoce para a terapia antimicrobiana e cardiovascular, a
disponibilização de antimicrobiano eficazes, desenvolvimento de
terapia imunomoduladora.
Mas, o Brasil, desde
o histórico caso Tancredo Neves, pouco tem inovado nessa questão.
Inexistem políticas públicas na espécie. Com isso, as mortes se
repetem e nada acontece. E os custos agigantam.
Para começar o
combate à sépsis, necessário se faz, preliminarmente, mudar a
cultura e os costumes: hospital não é shopping e a volumosa
afluência de visitas por parte de parentes, amigos e conhecidos, só
contribui para o incomensurável tráfego de bacterias e de agentes
perniciosos.
Não é chegada a
hora de jurisdicionalizar a sépsis?
Acelino
Pontes
Editor-Chefe
Editor-Chefe
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